3.27.2012

CARTA DE UM PAI AO FILHO


 Amado Filho,

O dia em que este velho já não for o mesmo, tenha paciência e me compreenda.

Quando eu derramar comida sobre minha camisa e esquecer como amarrar meus sapatos, tenha paciência comigo e se lembre das horas que passei te ensinando a fazer as mesmas coisas.
Se quando conversa comigo, repito e repito as mesmas palavras e sabes de sobra como termina, não me interrompas e me escute. Quando era pequeno, para que dormisse, tive que contar-lhe milhares de vezes a mesma estória até que fechasse os olhinhos.

Quando estivermos reunidos e, sem querer, fizer minhas necessidades, não fique com vergonha e compreenda que não tenho a culpa disto, pois já não as posso controlar. Pensa quantas vezes quando menino te ajudei e estive pacientemente a seu lado esperando que terminasse o que estava fazendo.

Não me reproves porque não queira tomar banho; não me chames a atenção por isto. Lembre-se dos momentos que te persegui e os mil pretextos que tive que inventar para tornar mais agradável o seu banho.

Quando me vejas inútil e ignorante na frente de todas as coisas tecnológicas que já não poderei entender, te suplico que me dê todo o tempo que seja necessário para não me machucar com o seu sorriso sarcástico. Lembre-se que fui eu quem te ensinou tantas coisas.
Comer, se vestir e como enfrentar a vida tão bem com o faz, são produto de meu esforço e perseverança.

Quando em algum momento, enquanto conversamos, eu chegue a me esquecer do que estávamos falando, me dê todo o tempo que seja necessário até que eu me lembre, e se não posso fazê-lo não fique impaciente; talvez não fosse importante o que falava e a única coisa que queria era estar contigo e que me escutasse nesse momento.

Se alguma vez já não quero comer, não insistas. Sei quando posso e quando não devo.

Também compreenda que, com o tempo, já não tenho dentes para morder, nem gosto para sentir.

Quando minhas pernas falharem por estarem cansadas para andar, dá-me sua mão terna para me apoiar, como eu o fiz quando começou a caminhar com suas fracas perninhas.

Por último, quando algum dia me ouvir dizer que já não quero viver e só quero morrer, não te enfades. Algum dia entenderás que isto não tem a ver com seu carinho ou o quanto te amei.

Trate de compreender que já não vivo, senão que sobrevivo, e isto não é viver.
Sempre quis o melhor para você e preparei os caminhos que deve percorrer.

Então pense que com este passo que me adianto a dar, estarei construindo para você outra rota em outro tempo, porém sempre contigo.

Não se sinta triste, enojado ou impotente por me ver assim. Dá-me seu coração, compreenda-me e me apóie como o fiz quando começaste a viver.

Da mesma maneira que te acompanhei em seu caminho, te peço que me acompanhe para terminar o meu.
Dê-me amor e paciência, que te devolverei gratidão e sorrisos com o imenso amor que tenho por você.

Atenciosamente,

Teu Velho

3.20.2012

Amigos?

Enquanto houver amizade....


Pode ser que um dia deixemos de nos falar,
mas, enquanto houver amizade,
... faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe.
Mas,se a amizade permanecer,
um do outro há de se lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos.
mas, se formos amigos de verdade,
a amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos.
Mas se ainda sobrar amizade,
nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe.
Mas, com a amizade
construiremos tudo novamente,
cada vez de forma diferente,
sendo único e inesquecível cada momento
que juntos viveremos e nos
lembraremos para sempre..

Um filho, no dia do Pai...

Filho...
Se tu tivesses um filho?
Se tu fosses sentimental, agarrado ás raizes, aos principios que te ensinaram?
Sim, se tu tivesses tudo isso e os perdesses???
Se perdesses todos os rumos, todas as rotas, todos os interesses primarios duma regra, duma vida???

Eis que de repente.. os encontras.
Eis que de repente e por obra do acaso, tudo se torna colorido e belo, perfumado.
A vida renasce.

Oh, de novo, nãooooo.
Perdeste tudo de novo...
Tinhas tudo nas suas mão e perdeste, tiraram-te de novo o filho, a saúde e quase a vida.
Os principios esses?? Não, esses nunca...
Voltaste ao vazio.. mas os principios não, esses, nunca irão.

Se soubessem, as pessoas, algumas pessoas, muitas pessoas... o mal que propagam, ao fazer mal ...

De novo o filho reaparece e tu, ja ´não acreditas, pra ti, já nada te move como antes, o teu esforço, será para que tudo nao fique pior, desinteressadamente, esperando o momento em que acabe de novo.
Em que venha de novo a perda...

E ela vem, sem anunciar data nem hora... simplesmente acontece.
E tu perdes de novo, os restos que te sobraram, por via da tua resistencia em nao abandonar, quem te abandonou a ti, aos teus...

Mas mesmo perdendo... amarás.
Porque és PAI.

                                                                                        
                                                                                         Espirito Santo