Mario de Sá Carneiro 1890 - 1916 |
O recreio, de Mário de Sá-Carneiro
Na minha Alma há um balouçoQue está sempre a balouçar ---Balouço à beira dum poço,Bem difícil de montar...- E um menino de bibeSobre ele sempre a brincar...Se a corda se parte um dia(E já vai estando esgarçada),Era uma vez a folia:Morre a criança afogada...- Cá por mim não mudo a corda,Seria grande estopada...Se o indez morre, deixá-lo...Mais vale morrer de bibeQue de casaca... Deixá-loBalouçar-se enquanto vive...- Mudar a corda era fácil...Tal ideia nunca tive...
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